domingo, 18 de dezembro de 2011

O melhor estrogonofe do mundo

Tenho o privilégio de ser casada com o homem que faz o melhor estrogonofe do mundo. O sabor é maravilhoso, super balanceado e o caldo é consistente na medida perfeita. Quando eu sou uma boa menina, ele faz bastante pra gente se fartar e ainda sobrar pro almoço do dia seguinte, pro recheio de sanduba com pão francês ou molho de macarrão.

A pegadinha do malandro é que a receita é toda no olhômetro. Para compartilhar o modo de preparo aqui no blog, fui acompanhando o processo e tentando estimar as quantidades. Alguns segredinhos são a mistura de tomate em três versões (natural, molho e extrato), um toque de conhaque ou uísque (se tiver), molho inglês e ketchup para temperar.

Estrogonofe do Ale
1 kg de filé mignon picado
1 cebola média picada
3 dentes de alho picados
Sal e pimenta do reino a gosto
1 tomate picado
1 lata de molho de tomate
1 colher de sopa de extrato de tomate
2 colheres de sopa de conhaque ou uísque
2 colheres de sopa de molho inglês
2 colheres de sopa de mostarda
3 colheres de sopa de ketchup
1 bandejinha de cogumelos frescos
1 lata de creme de leite com soro
Preparo: Em uma panela bem quente e com bem pouco óleo, sele a carne (Um pouco de cada vez, para não esfriar a panela e começar a soltar líquido). Reserve. Refogue a cebola e alho no azeite até começar a corar. Acrescente a carne selada, tempere com cerca de 1 colher de chá de sal e pimenta, despeje o tomate picado, misture até ele murchar. Tampe a panela e deixe a carne soltar o próprio caldo. Coloque uma lata de molho de tomate e, para engrossar, uma colher de sopa de extrato de tomate. Adicione o conhaque, molho inglês, mostarda e ketchup. Acrescente os cogumelos frescos picados. Por último, no fogo baixo, coloque a lata de creme de leite com soro.
Rendimento:  4-6 porções

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Clandestino, seu lindo

Estou enrolando para escrever este post há dias, pressionada pelo medo de não fazer justiça à experiência do meu primeiro menu-degustação contemporâneo. Há tempos leio sobre menus-degustação e pratos desconstruídos, mas ainda não tinha provado. Minha primeira experiência gastronômica, no sentido mais pleno do termo, foi no projeto Clandestino, da chef Bel Coelho, no Dui Restaurante. I-nes-que-cí-vel.
Menus-degustação de cozinha contemporânea são concebidos para agradar o paladar, mas também surpreender, divertir, impressionar. Os mais bacanas usam técnicas sofisticadas de alta gastronomia para apresentar ingredientes pouco conhecidos ou combinações inusitadas. O Clandestino é tudo isso.
A Bel Coelho é chef do Dui e criou esse projeto que acontece no mezanino do restaurante, com vista para a cozinheira e sua equipe em ação. Atualmente, acontece às quintas-feiras e só atende 20 pessoas, se não me engano.  Tem uma pegada bem mais autoral e experimental do que o cardápio do dia a dia.
O menu completo é composto por 12 etapas. Doze parece muito, mas quando chegam as primeiras porções, tão pequenininhas, a gente fica pensando que talvez saia de lá com fome. E esse é só o início de sensações contraditórias.
Ler o cardápio, geralmente, significa ter informações para basear a nossa escolha. Mas, nesse caso, não. Por mais descritivas que algumas opções sejam, o que chega à mesa e o que sentimos ao por na boca são bem diferentes. Depois, quando chega o maitre, apresenta cada receita e põe legenda nos ingredientes desconhecidos, vem mais surpresa.
O conjunto da obra é impecável e admirável, mas senti um prazer maior ainda com os pratos que criavam algum tipo de expectativa, como a coxinha líquida. Adoro coxinha e já li sobre essa versão da Bel dezenas de vezes. Minha expectativa era bem alta e, mesmo assim, fiquei surpresa e apaixonada pelas sensações que a releitura da chef me proporcionou.

Menu

Croquete de mandioquinha com queijo meia cura e farofa de aviú seco (cremoso, com um contraste ótimo entre sabores suaves e fortes. Ficamos rindo porque aviú é um camarãozinho de rio desidratado e nossa tartaruga também come hehehe)

Caramelo com creme de marrom glacê e raguzinho de costela de porco (surpresa quando percebemos que o caramelo é também a tijelinha dessa entrada, que é doce, salgada, crocante e cremosa, tudo ao mesmo tempo)

Bombom de foie gras com gelatina de cachaça, limão cravo e compota de caju (louça linda trouxe essa delícia cremosa cheia de nuances sofisticados)

Coxinha líquida (não teve jeito, foi meu favorito da noite, sem desmerecer nada o resto. Amei reconhecer cada sabor de uma ótima coxinha e ser surpreendida pela textura. Sentimos o gosto da massa, do frango temperado do recheio, só que tudo maravilhosamente cremoso. Uma obra-prima)

Saladinha brasileira (Achei que seria salada de folhas, talvez flores comestíveis, já que a Bel investiga insumos da Mata Atlântica, Cerrado e outras regiões. Mas veio um velouté de palmito, com gelatina de tomate, purê de alface, com beterraba desidratada crocante e espuma de cenoura. Meu vice-campeão da noite)

Carpaccio de vieiras com tamarillo, bottarga e vinagrete de wasabi (prato lindo, suave, delicado, sofisticado. O tamarillo é um fruto andino, parente do tomate, e bottarga são ovas de tainha)

Atum em crosta de chá preto com chutney de manga, bok choy e tarê de coco (não dá pra escolher se o melhor é o peixe ou os molhos. O chá preto dá sabor e textura maravilhosos ao atum, a acelga é um primor crocante e o molho... hum, o molho... quase lambi o prato)

Costela de tambaqui em baixa temperatura, purê de banana, farofa de castanha do Pará ao molho de açaí (outra maravilha educativa sobre a gastronomia brasileira. É um peixe com banana que deixa a gente com orgulho das nossas raízes indígenas. Primoroso)

Pato no tocupi Clandestino (Releitura do prato emblemático da região amazônica. Muito bacana a escolha de apresentar um panorama tão completo do cenário brasileiro. Tava ótimo, mas foi o que menos me empolgou. Teve pouca surpresa em relação aos demais, eu acho)

Ovo P.F. (Ovo cozido a baixa temperatura, com feijão preto, caviar de quiabo, farofa de paio crocante e couve frita. Fez minhas lombrigas mineiras gritarem de emoção. Super mega ultra comfort)

Zona da Mata (Outro sucesso da Bel, 17 frutas em forma de sorbet, espumas, mousses, caldas. Tutti frutti de sabores acumulados em pura leveza. Genial)

Doce de abóbora Clandestino ( O melhor doce de abóbora que já comi na vida. O doce vem em quadradinhos perfeitos, acompanhados de sorvete de queijo, creme de coco e um chip crocante e maravilhoso de coco queimado. Uma falta de educação!)

Vinhos (para quem opta pelo menu harmonizado)
Cava Gramona Allegro Brut Rosé (Espanha)
Riesling Vicar’s Choice (Nova Zelândia)
Mandolás Furmint Dry (Hungria)
Poggio Al Tesoro Mediterra (Itália)
Nederburg Late Harvest (África do Sul)

Clandestino (Dui)
Al. Franca, 1.590 - Jardim Paulista
Tel.: (11) 2649-7952
É bom reservar com semanas de antecedência. Eles cobram 50% do valor adiantado para confirmar as vagas.
http://www.duirestaurante.com.br/

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Suflê de Abobrinha


Suflê é daquelas receitas que intimidam muita gente. A fama do prato é de dar mais errado do que certo. Tomei coragem de fazer minha primeira tentativa depois de um curso de culinária e também assistir a um vídeo no site do Paladar ensinando uma versão com abobrinha.

Pretendo e preciso praticar bem mais, mas a moral da história que vale a pena compartilhar é que o segredo da consistência está na etapa na qual se incorpora as claras em neve.

No vídeo doPaladar, o Mark Bittman, do New York Times, ensina dois truques legais. Um deles é que a abobrinha precisa ser ralada, para não pesar a massa. E as claras em neve devem ser inseridas em duas etapas. Uma primeira colher é realmente batida ao restante até mesclar bem. O restante é levemente misturada, em movimentos circulares de baixo para cima, integrando tudo, mas sem a preocupação de deixar a massa homogênea.

E no curso de culinária, ao fazer um pão de ló, aprendi a importância de deixar tudo organizado pra levar a assadeira ao forno imediatamente após o acréscimo da clara em neve, pra ela não murchar.

A receita com abobrinha foi um sucesso. Ficou bem leve, bonita e gostosa. Ela não segue a versão clássica francesa, com molho bechamel, mas é ótima pra quem quiser perder o medo de suflês aprendendo alguns conceitos básicos.
Suflê de abobrinha
6 ovos
2-3 abobrinhas raladas
2 xícaras de queijo gruyére ralado grosso
½ xícara de salsinha
Cebola e alho a gosto picados
1 colher de sopa de Azeite
Preparo: Refogue as abobrinhas raladas com cebola, alho e azeite.  Reserve. Bata 6 gemas na batedeira com o queijo. Acrescente a salsinha e, logo depois, a abobrinha refogada, drenando o excesso de líquido.  Bata seis claras em neve (pico firme). Misture uma colher da clara em neve ao restante da massa, até mesclar totalmente. Depois, despeje o restante das claras e misture com leveza, em movimentos circulares de baixo para cima, integrando tudo, mas sem deixar homogêneo, para não tirar o ar. Leve para assar em uma forma levemente untada, a 160ºC, por cerca de 30 minutos.
Rendimento: 6 porções

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Hamburguer de Atum com maionese de gengibre e raiz forte


Para quem tenta comer pratos leves e saudáveis durante a semana, mas padece da vontade de atacar um hambúrguer também, essa receita é bem legal. Os fãs da culinária japonesa certamente vão curtir, pois leva atum, raiz forte, gengibre e pepino. Rende um jantar bem saboroso e levemente picante. Ou mesmo um tira-gosto original.

Aprendi a receita de um site que merece ser compartilhado, o Food 52 #fikdik O hamburguinho de atum é muito leve, em textura e sabor, fica com uma casquinha torradinha e o miolo bem macio. E a maionese é picante por causa da raiz forte, mas tem um toque adocicado do gengibre em conserva.

Os legumes que vão por cima são crocantes e refrescantes: brotos de alfafa e tiras bem finas de pepino. Tudo junto fica muiiiito gostoso, sabores e texturas que fazem a gente querer repetir a receita outras vezes e adaptar os conceitos em novas versões. Combina até como tira-gosto também!

As únicas ressalvas são: picar o atum pequenininho é a única parte chata (quem tiver moedor em casa deve se dar bem) e o paladar agrada bem mais quem aprecia sabores picantes (tanto a raiz forte quanto o gengibre ardem um pouco)

Receita de Hamburguer de atum com maionese de gengibre e wasabi
(do Food 52)

Ingredientes para o hamburguer
4 cebolinhas picadas
¼ de xícara de gengibre fresco ralado
1 ovo grande batido
800g de atum fresco picadinho
Sal e pimenta do reino a gosto
1 pepino japonês
1 colher de sopa de óleo semente de uva
1 caixinha de broto de alfafa ou brócolis
6 brioches ou pães de hambúrguer



Ingredientes para a Maionese de gengibre e raiz forte
½ xícara de maionese light
2 colheres de sopa de raiz forte (wasabi) pronta para consumo
6 colheres de sopa de gengibre em conserva em fatias em finas

Praparo: Em uma tigela grande, misture o atum, gengibre ralado e cebolinhas. Tempere com sal e pimenta a gosto. Molde 6 hamburguinhos, coloque em um prato, cubra com plástico filme e leve à geladeira por ao menos 15 minutos, para ficarem mais firmes.

Enquanto isso, misture a maionese light com wasabi e gengibre em conserva. (Se ficar grosso, pingue um pouquinho de água) Cubra e reserve. Use um descascador de legumes para fatiar o pepino em tiras bem finas e compridas. Reserve.

Em uma frigideira antiaderente em fogo médio, coloque o óleo de semente de uva. Quando estiver quente, acomode os hambúrgueres. Quando o lado de baixo começar a ficar dourado, depois de cerca de 3 minutos, vire-os para dourar do outro lado. Tire-os do fogo e mantenha-os aquecidos.
Doure os pães na frigideira ou grill, coloque uma colher de maionese, o hambúrguer, um punhado de brotos crocantes e algumas tiras de pepino.

Rendimento: 6 porções

sábado, 15 de outubro de 2011

Dicas de BH - Torresmo na brasa

Torresmo é vida, não me canso de repetir! E em Belo Horizonte, tem um boteco que faz um torresmo na brasa maravilhoso. Conheci o Via Cristina durante uma edição do Comida di Buteco e volto sempre que posso. Sendo mineira e casada com um paulistano bem clichê em alguns aspectos #SPumbigodomundo, sempre que temos tempo livre em BH, tento abastecer o forasteiro com o melhor do espírito gastronômico local.

Começamos pedindo o torresmo e estava ótimo como sempre. O calor da brasa dá uma textura única à faixa de carne e à pele. A carne fica bem macia, tipo churrasco, e a pele fica levemente pururucada. É um trem de louco (pra aliviar o mineirês). A cerveja estava gelada e fomos desbravando o cardápio.

Partimos para uma carne de sol de picanha, com porção a quilo. Desde que fui visitar meu primo Birita e a família em Montes Claros (sim, o apelido dele é Birita e desde os 11 anos, se não me engano), no Norte de Minas, descobri os encantos dos cortes nobres submetidos à técnica de carne de sol ou sereno. Lá na região, eles fazem churrasco de carne de sol e é muito gostoso. Por isso, meus olhos brilharam com essa carne de sol de picanha. E foi mais um ponto para o Via Cristina. Sabor e textura incríveis! Não lembro se já vem com mandioca ou se pedimos à parte, mas estava fresquinha.

Como a carne de sol estava tão boa, pedimos também pasteizinhos de mandioca recheados de carne de sol. Sen-sa-ci-o-nal. Massa leve e cremosa por dentro, fritura bem feita, sequinha e crocante por fora. E o recheio, delícia. Portanto, quem estiver nas redondezas do bairro Santo Antônio, inclua o Via Cristina no roteiro. E tem parquinho pra crianças, se for o caso.

Via Cristina - www.viacristina.com.br
Rua Cristina, 1203 - Santo Antônio
Belo Horizonte, MG - (31) 3296.8343

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Descascando alho em 10 segundos

Nem sei porque resolvi assistir esse vídeo. Sinceramente, não pus fé nenhuma nele. E... tcharã! Quebrei a cara, é muito legal! Dá até pra explorar mão de obra infantil :-P


How to Peel a Head of Garlic in Less Than 10 Seconds from SAVEUR.com on Vimeo.

domingo, 18 de setembro de 2011

Linguiça aperitivo

Aprendi a fazer um tira-gosto super prático que é um sucesso. São linguicinhas-aperitivo assadas com mel, molho de soja e óleo de gergelim. E o preparo é assim: mistura tudo e leva ao forno. É tão fácil e tão rápido que resolve qualquer aperto de visita inesperada.

Quem provou, elogiou bastante. O docinho por fora da linguiça, ao mesmo tempo que quebra o sal, parece que acentua o sabor defumado da carne. E o óleo de gergelim dá um gostinho de torrado muito bom também. Comentei da receita com alguns amigos gourmets e uns dois entenderam errado o óleo de gergelim, acharam que era semente de gergelim por fora. Mas eles fizeram "hummmm" tão sincero imaginando o gergelim crocante que na próxima vou experimentar assim :-P

Eu só não lembrei de tirar foto no dia. Essa aqui que estou usando é do site da Nigella. As minhas não ficaram murchas como a dela e sim roliças como linguicinhas costumam ser.

Linguicinhas aperitivo da Nigella

1 kg de linguiça tamanho aperitivo
2 colheres de sopa de óleo de gergelim
125 ml de mel
2 colheres de sopa de molho de soja

Preparo: Preaqueça o forno a 220°C. Misture o óleo de gergelim, mel e molho de soja. Ajeite as linguicinhas em um recipiente raso e despeje a mistura líquida sobre elas. Deixe assando por cerca de meia hora. Após 15 minutos, remexa as linguicinhas, pra cobertura cobri-las igualmente.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Bolinho de carne dinamarquês

Enquanto minha prima dinamarquesa de Manhuaçu não me manda fotos e descrições milimétricas da ida dela ao Noma, testei uma receita que encontrei de Frikadeller, um bolinho típico da Dinamarca. Por lá, além da versão mais tradicional de carne, eles fazem um de peixe que também é muito bom. Quando visitei Copenhagen, provei dos dois e amei.
O gostoso do bolinho é que ele  mistura dois tipos de carne moída: vitela e paleta de porco. O impacto no sabor e textura é cheio de nuances. Lembrei logo do polpettone do Jardim de Napoli, eleito várias vezes o melhor de SP, porque ele também leva cortes diferentes de carne, porém são todos bovinos.
Eu comecei o teste decidida a tentar reproduzir a receita fielmente, como faço sempre que experimento algo pela primeira vez. Mas no meio do caminho, mudei de ideia. Comecei desconfiando que o tempero era pouco e depois desanimei com a perspectiva da massa ficar mole para fritar, já que leva ovo e leite.
Acabei fazendo uma adaptação abrasileirada e decidi que vou continuar investigando essas misturas de carne. Coloquei o dobro de cebola e alho e somente a metade de leite. As bolinhas ficaram mais consistentes, fáceis de enrolar e o sabor ficou ótimo. Além dos bolinhos tradicionais, dá pra fazer recheado e até bolo de carne. Combina com refeições e tira-gosto também. E a receita rende bastante!


Frikadeller, adaptado daqui 


500g de vitela moída
500 g de paleta de porco moída

1 xícara de farinha de trigo
5 colheres de chá de cebola desidratada
1 colher de chá de alho granulado
2 colheres de chá de sal
1 colher de chá de pimenta do reino
2 ovos
½ xícara de leite
Óleo para fritura

Preparo: Misture as carnes com a farinha e depois acrescente a cebola, alho, sal e pimenta. Bata os ovos e incorpore à mistura, seguidos do leite. Enrole as bolinhas e frite em fogo médio, com a gordura cobrindo ¼ das almôndegas, até ficarem douradas.
Rendimento: 60-70 bolinhas de aprox. 5 cm

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tira-gosto de presunto parma - a missão

Gentem, tô num orgulho que não caibo em mim. Meu queridíssimo amigo Rafa Andrade se inspirou no post sobre os enroladinhos de presunto parma e, não só pos a mão na massa, como testou as sugestões diferentes de frutas.

Ele me disse que não achou figo natural e acabou comprando em calda, com manga e kiwi naturais para diversificar. Ele arrasou na apresentação e deu retorno que o doce extra da fruta em calda ficou mais gostoso em contraste com o presunto. E já me deixou com vontade de testar a receita com geléia... Além do doce, a geléia no lugar da fruta vai diminuir o volume do rolinho e deixar a mordida mais confortável. Quem dá mais, outras sugestões?

domingo, 28 de agosto de 2011

Tira-gosto de presunto parma

Tira-gostos são a modalidade culinária que mais gosto de comer e fazer. Quanto mais leves e variados, melhor. Em restaurante, troco feliz um prato principal por duas entradas. Meu maior prazer é comer um pouquinho de muitas coisas. Por isso, sempre que tenho oportunidade de receber alguém em casa aproveito para pesquisar alguma novidade.

Uma combinação italiana que já se tornou um clássico é presunto parma com figo. O doce da fruta ameniza o sal do embutido e a apresentação é linda. Decidi testar a versão do Jamie Oliver que sugere um enroladinho dessa dupla mais mussarela de búfala e hortelã. E como fui feliz... O resultado é uma "mordida" que contempla salgado, doce, o cremoso do queijo e o frescor da erva. É bom de-mais e, outra parte ótima, facílimo de fazer.

A qualidade de cada ingrediente é decisiva para o sucesso da entradinha. Não adianta tentar fazer com um presunto baratinho, pois as marcas mais econômicas são mais duras e salgadas. Escolhi uma padaria que deixa o cliente provar uma fatia do que vai levar, pois queria fibras macias e pouco sal.

Outra dica é fazer o rolinho o menor possível. Fica mais confortável para mastigar e dá pra curtir melhor o sabor de cada ingrediente. Como a fatia de presunto é larga, comecei  ao meio (horizontalmente, pois ela tem que ficar comprida pra enrolar) e conclui que um terço era melhor ainda. Como cada fatia de presunto rende três rolinhos, dá pra investir em um presunto mais caro sem gastar muito. Duzentos gramas renderam que foi uma beleza ;-) As fatias de figo e mussarela cortei finas e compridinhas, com 1 cm de espessura +.

Para servir, o Jamie Oliver sugere servir os rolinhos ficados em garfinhos, que fica bem charmoso. Mas optei por palitinhos de plástico, pois a quantidade era maior (haja garfo).

Eu fiz com figo fresco, mas uma fatia fina do doce em calda também deve ficar bem bom. E manga, kiwi, morango, abacaxi grelhado...  (quem tiver mais ideias, comente!)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Julice Boulangère

Sou apaixonada por pães e café da manhã bem variado. E adoooro restaurantes e cafés com área ao ar livre (ou que deem essa ilusão ao visitante, com plantas na parede, por exemplo). Sei que a minha irmã caçula, Marina, compartilha essas preferências comigo e esperei (meses!) até ela vir a São Paulo para ir conhecer a Julice Boulangère, em Pinheiros.

Fomos num sábado de manhã tomar um brunch e escolhemos uma mesa na área externa, com um jardim delicioso, sensação de sol (com toldo para não bater na cara) e muita fome. Dei uma circulada pelo salão onde os pães que saíram na hora ficam expostos, olhei o cardápio, sondei o garçom e, mesmo assim, não conseguia escolher por onde começar, de tanta coisa com a cara melhor do mundo. Ela faz pães tradicionais com formatos diferentes, já li que a fermentação da massa é especial, tem uma linha integral super atraente e cria receitas gourmet como gorgonzola com nozes, cerveja Guiness, Calabresa e Beaujolais, que fiquei doida pra usar em casa, para receber amigos.

E os doces? E os cupcakes? E as tortas? Tudo de enlouquecer... A Julice faz até uns pãezinhos para crianças em formato de bichos muito fofos. Faz também geleias sensacionais. Consegui provar a de morango com manjericão, mas fiquei de olho em todas as outras (hahahah #gulasemfim): abacaxi com tomilho, maçã com sálvia, frutas vermelhas com balsâmico.


Eu percorria a “vitrine” pensando quantas vezes teria que voltar pra provar tudo que queria (isso já descontando um ou dois que eu certamente levaria pra comer mais tarde no mesmo dia). Fiquei tão empolgada que puxei papo com a Julice, que tava sempre ali para ajudar nas escolhas e controlar qualidade das fornadas. Ela disse que pretendia aumentar o cardápio com sopas, tábuas de frios, comidinhas pra acompanhar vinho. Meldels, imagina curtir esse lugar à noite também? Tô dentro, hein, Julice!




Julice Boulangère
Rua Deputado Lacerda Franco, 536 – Pinheiros
http://www.juliceboulangere.com.br/

domingo, 31 de julho de 2011

Lanche de avião gostoso

Adoro sanduíche de rosbife e tive uma surpresa enorme quando comi um delicioso dentro do avião. Voei pela Pluna pela primeira vez e a empresa (uruguaia) não inclui refeição no preço da passagem. O cliente pode levar um lanche ou comprar algo durante o voo. Apesar de uma antipatia inicial pelo conceito, já que se tratava de uma viagem internacional, acabei fã da proposta e, principalmente, do sanduba.
Pela garantia de uma comida melhor no avião, não me importei de pagar à parte e ainda fiquei pensando que é mais honesto do que embutir a refeição na tarifa. Afinal, a gente paga sem saber pelo quê, se vamos gostar ou não ou se tá caro ou barato.
Como amei o sanduíche, deu aquela vontade de tentar reproduzir. Tirei foto do cardápio pra não esquecer dos ingredientes até [Sanduíche crocante de vegetais e Rosbife: pão bengalinha com ciboulette, crocante de vegetais (alho poró, aipo, cebola, em cubinhos), rosbife temperado em molho de mostarda, mizuna, maionese e tomate].
Além do molho muito saboroso, a combinação dos ingredientes e a textura variada fizeram a receita de sucesso. Esse refogadinho de legumes crocantes eu vou adotar pro resto da vida, é uma dica pra qualquer outro sanduíche. Muito gostoso pra mastigar e o gosto é delicado, bem melhor do que os molhos à base de repolho que os gringos usam, hein? E no conjunto, fica uma mistura cremosa e crocante ao mesmo tempo, que dá uma umidade muito agradável junto com a carne.
Ainda não me aventurei a fazer rosbife em casa, então comprei fatiado na nossa padaria querida, que fica na esquina de casa e é cheia de coisas gostosas. Refoguei os crocantes com um pouquinho de azeite e reservei. Aí piquei a mizuna miudinha, misturei em meia xícara de maionese, uma colher de mostarda e um tomate cortado em cubinhos. Depois juntei os crocantes. Ficoi bem bom! E combina com frango, peru, presunto... o que tiver na geladeira.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dicas de Santiago - Restaurante na neve

O ponto alto da viagem a Santiago foi o passeio às estações de ski perto da capital. Na mesma montanha ficam quatro empreendimentos com estilos diferentes: Valle Nevado, Farellones, Colorado e La Parva. A entrada é livre para visitantes que quiserem só tirar fotos e curtir a vista. Em todos há opções de hospedagem e restaurantes/ lanchonetes.

Dica importante: vale muito a pena contratar um tour ou traslado com uma agência chilena para subir a montanha. A estrada é bem perigosa e difícil, com 60 curvas em U, risco de gelo na pista, etc.

A vista lá de cima é de deixar a gente sem palavras. São mais de 3.000 metros acima do mar e Santiago fica invisível sob as nuvens. Deu muita vontade de voltar pra ficar hospedada na montanha uns dois dias.

A estação de ski que mais curti foi Farellones. Além do hotel principal, adotaram uma arquitetura de chalés rústicos para quem quiser alugar que chacoalhou todo meu romantismo. São casinhas fofas, na beira da montanha nevada, com uma vista sem fim. Além disso, as opções de lazer na neve são mais variadas. Além do ski, tem tirolesa e o tubbing (ski bunda em boias gigantes).

E fora a vista e diversão na neve, fomos ao restaurante da Posada Farellones, que é uma ótima dica para almoço entre uma estação e outra. É uma casa toda de madeira e pedras, com decoração rústica inspirada em ícones chilenos. A comida é muito bem feita e o atendimento é ótimo.

O couvert já agradou muito, pois tinha uns pãezinhos caseiros quentinhos, que pedimos para repetir. Meu marido pediu taça(s) de vinho e eu aproveitei para provar uma cerveja artesanal chilena, a Kross, que estava procurando. Anotem, maravilhosa! Pena que não achei dela no aeroporto, pois queria muito ter trazido algumas.

Eu escolhi uma carne com vinagrete e batatas gratinadas que estava perfeita. O tempero, a maciez e o conjunto impecáveis. O Alexandre pediu um frango com purê de abóbora que também estava excelente, tenro e muito saboroso (tirando o fato que só descobrimos depois que o prato chegou que calabaza era abóbora – e ele não é nada fã)  qua-qua-qua, mas comeu sem reclamar, pois tava super gostoso.

No alto da montanha, nada é barato, vamos combinar. Mas a comida era tão bem feita que saímos plenamente satisfeitos. Fica a dica bem honesta pra quem fizer o mesmo tour.

Hotel Posada Farellones

sábado, 9 de julho de 2011

Dicas de Santiago – Mercado Central

Quando viajo, alguns dos lugares que mais gosto de visitar são supermercados e o Mercado Central. Adoro procurar produtos que nunca vi antes, comparar com os conhecidos e garimpar achados. Em Santiago, o Mercado é pequeno, bonito, organizado e podemos conhecer frutas, legumes, pimentas e frutos do mar tipicamente chilenos.

Um dos hits entre os turistas brasileiros é a fruta chamada pepino. E mais engraçado ainda é que o legume pepino também está lá. A fruta geralmente é comida no café da manhã, é suave, não muito doce e, para os nossos parâmetros, parece um pouco com melão.

 E falando em fruta do café da manhã, vale tomar cuidado para nunca pedir mamão no Chile. O termo significa, digamos, um favor sexual, por lá. E o papaia, a fruta, só é consumida em calda, como sobremesa, pois in natura não tem muito sabor. Outra fruta que é famosa na forma de doce é a lúcuma, que infelizmente não tive tempo de provar. Só ganhei uma balinha sabor lúcuma da camareira do hotel, mas industrializada não vale, né?

Uma peculiaridade do Mercado de Santiago é a forte presença de restaurantes. O lado bom é que dá pra provar iguarias do mar fresquinhas ali mesmo. O ruim é que a concorrência é brava e os garçons tentando fisgar clientes passeando por ali enchem o saco. Os dois estabelecimentos maiores e, talvez,  mais confiáveis são o Donde Augusto, que domina uns 70% do espaço, e El Galeón – onde comemos, por indicação do guia.


O almoço no mercado é um programa bem gostoso para um dia de passeio no Centro. As melhores dicas dos cardápios são os peixes do Oceano Pacífico, como o congrio (bem branco, delicado e suave – agrada quem curte linguado) e albacora (peixe-espada de carne fibrosa, parecida com o bacalhau, bem saborosa).

A vedete gastronômica é a centolla, o caranguejo gigante da Patagônia, exibida nas vitrines por todo o mercado. Estava super a fim de prova-la, mas achei muito cara (a partir de US$ 60), então acabei pedindo uma empanada de centolla que foi um achado. A empanada chilena parece muito o nosso pastel frito. A servida no El Galeón é enorme e bem recheada, quase vale um almoço. E a centolla realmente é sensacional, muito macia, sutil e... deliciosa.rs

Pedi um prato com albacora ao ragu de caranguejo que vinha coberto com lâminas de abobrinha bem finas e cruas, que cozinhavam um pouquinho no calor e tempero do peixe embaixo dela. Gostei muito, mas comi pouco, por causa da super empanada de entrada. O Alexandre pediu o congrio frito, que veio com bem pouco tempero, vale acertar o sal na mesa.

Antes de entrarmos no mercado, o guia alertou para prestarmos atenção se os acompanhamentos estavam incluídos, para não ter surpresa na conta. Segundo ele, quando vc pede um peixe, alguns restaurantes oferecem arroz, batata frita, vc aceita achando que faz parte do prato e são extras. Outro cuidado necessário em todo o Centro da cidade é ficar atento aos batedores de carteira. De modo geral, Santiago é muito segura, mas no Centrão, há ladrõezinhos especialistas em tirarem câmeras e carteiras sem o turista nem se dar conta, os famosos “mãos leves”.

Adicionar legenda
Mercado Central de Santiago
San Pablo, 967 - Centro
http://mercadocentral.cl/

domingo, 3 de julho de 2011

Dicas de Santiago – Comida afrodisíaca

O Pátio Bella Vista e as ruas a seu redor oferecem tantas opções de restaurantes na capital chilena que uma maratona para conhecer todos certamente levaria mais de um mês. A variedade e a concorrência deixam o turista meio tonto até, sem saber qual escolher. Portanto, é um ótimo começo para quem chega a Santiago.

Um dos restaurantes mais famosos desse núcleo gastronômico é o Como Água para Chocolate, inspirado no filme mexicano de 1992 que, por sua vez, foi baseado no romance da Laura Esquivel. Ou seja, um livro, que virou filme, que virou restaurante. Eu adorei o filme e, quando entrei pra ver se o santo batia, me apaixonei com a decoração.
O salão tem pé direito alto, com mezanino e uma escadaria, tudo de madeira em estilo rústico de fazenda. O cardápio segue as premissas gastronômicas do filme, que explora ingredientes afrodisíacos e comida feita com tanto amor e inspiração que proporciona um prazer intenso aos comensais.

Esse trecho mostra o preparo de codornas com pétalas de rosa que deixam a galera subindo pelas paredes!


Na prática, a comida não causa efeitos físicos desse jeito (desculpe se decepciono rs). Mas os pratos estamos muito bem feitos e saborosos. O couvert são tortilhas de milho com uma salsa à base de ají verde, um dos ingredientes de ouro no Chile. O molho é muiiiito gostoso, cheio de nuances. Pedimos de entrada o Ceviche de Guerrero, feito com peixe reineta, limão e “segredos da casa”. Foi o melhor ceviche que comi até hoje, cheio de sabores sutis e vinha sobre conchas abertas com pedaços de abacate, picles... nossa, deu água  na boca de lembrar.

A porção de ceviche era bem farta, então pedimos um prato para dividir. Para agradar o marido, pedi a costela bovina em redução de vinho e mel, com purê rústico de batata (Las Costillas de Quersen). A carne veio desfiando, o molho era delicioso... e não sobrou espaço para sobremesa, nem café!

A ressalva sobre este restaurante é o excesso inevitável de turistas, o que se traduz em fila para quem não faz reserva, barulho e garçons em correria constante. Nós chegamos cedo e sem reserva, pegamos uma mesa estranha, embaixo de uma prateleira onde ficavam os cardápios. Mas fomos atendidos com gentileza e a comida estava ótima. Então saímos felizes. Digo isso porque o local tem uma proposta romântica, mas não é nada intimista. E é importante chegar com a expectativa alinhada com o clima que vai encontrar, né?! ;-)

Como Água para Chocolate – Restaurant Cocina Mágica
Calle Constituición, 88, Barrio Bella Vista - Santiago
http://www.comoaguaparachocolate.cl/