sexta-feira, 25 de março de 2011

Camembert irresistível

Quem já conversou comigo sobre comida certamente ouviu o bordão: “sou uma mineira clichê, tarada por queijos“. Se eu vejo um cardápio com a foto de uma casquinha gratinada, ou aquele derretido, escorrendo de lado, não adianta olhar mais nada. Mas meu fraco maior é o tipo que derrete dentro da boca, formando um creme quando mastigo. Putz!

Desde a semana passada, estou firme na dieta pra me livrar dos pneuzinhos adquiridos desde a lua de mel. E uma consequencia engraçada do meu foco pra me manter na linha foi uma dificuldade para escrever aqui no blog. Inconscientemente, meu cérebro estava me protegendo, eu acho. hehehe Isso que é amigo!

Então, a gula anda bem contida, mas daí a resistir a um queijo, são outros quinhentos. Eu não comi o sacana, mas não paro de pensar nele. O camembert... Achei uma receita do Jamie Oliver, que ele vai ao forno até virar um creme no miolo, com alho e alecrim por cima, e depois vc mergulha uma torrada nele. Jesus... se eu pensar ou falar nessa receita mil vezes, salivo mil vezes.

E, além dele, me inscrevi num curso sobre diferentes tipos de queijo, principais países produtores, etc. Eu procuro esse curso há aaaanos. Então, foi a semana temática queijeira! Em honra a isso e pra exorcizar o camembert assado, tudo virou post de blog. Assim vale?

A receita está logo abaixo, mas já comecei meu dever de casa pro curso e vou dividir algumas informações sobre o camembert, que é um dos tipos mais copiados do mundo. O original é produzido na Normandia, Noroeste da França, e patenteado e controlado pela AOC (Appellation d’Origine Contrôlée). Por isso, a gente compra aqui no Brasil muitos queijos “tipo“ Camembert. Tem que vir escrito assim na embalagem, por causa da patente.

O Camembert de verdade é artesanal e tem massa crua. Consequentemente, não é pasteurizado, o que a Vigilância Sanitária de muitos países proíbe. Ele é mole, pero no mucho, e tem uma casca coberta por mofo branco.

Para saber escolher na hora de comprar, temos que observar se ele está macio, mas não mole demais. É bom apertar no meio, não pode estar duro, nem molengão. É importante olhar se a casca está branquinha, sem pontos escuros ou esverdeados. Ela pode estar um pouco amarelada, principalmente nas bordas, que não tem problema. E também sentir se o cheiro é semelhante ao de amêndoas (se tiver cheio de amônia é porque o queijo é velho). Das marcas nacionais, eu gosto muito da Serrabella e Campo Lindo.

Para degustar e servir em condições ideais, tem-se que tirar o Camembert da geladeira, pelo menos, uma hora antes de comer, pra temperatura e cremosidade ideais. Na hora de cortar, é bom aproveitar sempre o meio dele, onde a umidade e textura são mais preservadas. Pra isso, sempre corte o queijo ao meio e se sirva primeiro das proximidades de onde cortou. Se ele tiver cortado há mais tempo, vale descartar as partes ressecadas.

Camembert ao forno do Jamie Oliver

Ingredientes
1 queijo camembert de 250g
1 dente de alho fatiado bem fino
1 ramo de alecrim
Azeite
Meia xícara de cranberries desidratadas picadas e castanhas variadas (como cranberries são difíceis por aqui, sugiro damasco, que é azedinho também)
Torradas frescas
Preparo: Pré-aqueça o forno a 180 ºC. Faça um círculo no topo do queijo, deixando 0,5 cm de beirada, e tirando uma fatia fina do tampo da casca. Se o queijo vier em uma caixinha, mantenha-o lá dentro para cortar, facilita bem. Salpique as fatias finas de alho e folhas de alecrim sobre o queijo, finalizando com um fio de azeite. À parte, salpique fatias de pão com azeite, alecrim e uma pitada de sal. Leve ao forno quente junto com o queijo, por 15 a 20 minutos. Quando o pão estiver dourado e o queijo, cremoso no meio, coloque-os em uma tábua, polvilhando as frutas desidratadas e castanhas picadas sobre o queijo, ou deixando-as em um recipiente à parte.
Redimento: 6 porções

sexta-feira, 18 de março de 2011

Dicas de Roma – Quando a pizza foi derrotada por pães, frios e vinho

Uma das maiores surpresas que tivemos em Roma foi o Antico Forno Roscioli, perto do Campo dei Fiori. Foi um dia atípico na cidade, com uma manifestação monstro contra o Berlusconi que terminou em pancadaria. Então fomos contornando, fugindo do tumulto e a região onde estávamos determinou o local do almoço. Um dos lugares da nossa lista era o Roscioli, onde serviria uma pizza muito gostosa e barata.
Não foi muito fácil achar. A numeração das casas em Roma, muitas vezes, é caótica. E alguns comerciantes da região nunca tinham ouvido falar de lá. Quando chegamos, abri a porta e um sorriso que encontrou as duas orelhas. O lugar é um antro, no melhor dos sentidos, de queijos e embutidos. À direita da porta, fica uma prateleira enorme, até o teto, de vinhos. À esquerda, o balcão de frios com tanta variedade que dá vontade de se internar lá até provar tudo.  E isso deve levar semanas...
A pizza que tinha nos atraído até lá não estava no cardápio e não fez a menor falta. Vai ver essa coisa paulista de não comer pizza no almoço vem da Itália. Pedimos o vinho da casa e uma entrada com tomate, alcachofra e azeitona. Mandaram uma cestinha de pães fresquinhos, de fabricação própria, sensacionais.
Esse tomate da entrada eu pretendo pesquisar ainda. Parece que é um meio termo entre o tomate seco e o fresco. Só de provar, eu chutaria que é tomate cereja fresco que eles refogam no azeite com alho e ervas. Mas quero muito saber a receita tradicional, se é algo feito um pouco antes de servir ou se mantêm em algum tipo de conserva. Se alguém souber, por favor, compartilhe.
E foi no Roscioli que encontramos à venda os kits de algumas receitas clássicas italianas. Eles montam a caixa com todos os ingredientes embalados à vácuo e um folheto com a receita e dicas de preparo. Como contei no post sobre Carbonara, vem até caixa de ovos.
Eles têm marca própria de molhos, geleias e pastas. Vendem queijos e embutidos de várias regiões da Itália e outros países. Tudo acompanhado de vinhos mil, pães frescos e massas de primeira qualidade. Já anotaram pra não esquecer?
Forno Antico Roscioli

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dicas de Roma – Cerveja artesanal, gastronomia e rock ‘n roll

Daniela Santos e Giovana Girardi, por favor, compareçam à recepção! O chamado no alto falante é para dedicar este post a vcs. A Dani é uma amiga de lonnnga data, que me proporcionou a ida ao lugar do qual vou falar hoje, o Bir & Fud, do nosso Top 3 Romano. E a Gi é uma primeira dama do mundo cervejeiro que tem tido muito carinho com o blog. Então, vcs duas não se conhecem, mas vão dividir essa. Um brinde às duas!
Pois bem, o Bir & Fud. É essencial para qualquer apreciador de cerveja em Roma. Foi mais um achado da minha pesquisa online pré-viagem. O local é um pub/restaurante especializado em cervejas artesanais de diferentes regiões da Itália, que serve comida muito boa e tem um playlist roqueiro de primeira como som ambiente. Os donos são sócios de outra casa na mesma rua, que serve cervejas artesanais de outros países europeus.
Eu e meu marido estávamos doidos pra ir lá. Almoçamos leve no dia e fomos os primeiros a chegar lá hahaha Nessa hora, só tinha uma garçonete que não falava muito inglês e, logo depois, chegou um dos donos, um cabeludo que tem em cima do computador um quadro da Santa Ceia, só que com cerveja e os rostos dele e sua turma.
A garçonete não levou cardápio pra gente e ficou tentando perguntar que tipo de cerveja a gente queria. Tentei várias palavras, descrições e ela entendeu “trigo”. Ueba! Trouxe os dois primeiros copos, uma cestinha de batata chips caseira, ultra crocante, e um molho de tomate picante ma-ra-vi-lho-so. Ela veio perguntar se tínhamos gostado e pescou mais duas palavras soltas: doce e amargo, que, somada à mímica, dava a dica que o Alexandre gostava de variedades mais amargas e eu, um pouco amargas e também levemente adocicadas.
Estava bem divertido pedir cerveja assim. Como não sabíamos o cardápio e a comunicação precária, íamos no: “agora uma mais escura”, “agora mais clara”, “repete a segunda”... Estávamos no paraíso, mas confesso que estava com medo da conta, porque tampouco sabíamos do preço e podíamos estar sendo explorados pela garçonete do golpe “no english”. Mas cerveja é tão bom e era lua de mel... continuamos.
O tempo passou, chegou o resto da equipe e a nossa atendente cochichou com um rapaz de barba que veio até a nossa mesa. Ele começou a falar comigo em espanhol, mas saquei logo o sotaque. Era brasileiro, do Paraná, e a colega tinha pedido pra ele nos atender, pra facilitar o diálogo porque ele falava espanhol. hehe
A chegada do Daniel foi a melhor coisa que nos aconteceu ali. Ele é super gente boa e entende bastante de cervejas e harmonização. Deixamos ele à vontade para sugerir nossos pedidos a partir daí e tivemos em troca um super menu-degustação. Ficamos no céééu!
As duas cervejas que mais gostamos foram a Vudu, que era servida num "balde" redondo no qual se tem vontade de mergulhar de ponta (e eu mergulhei), e a Beer Bera, da Lover Beer, que é frisante, tipo um espumante. Ainda não procurei as duas pra saber se vendem no Brasil. Se alguém vir ou souber, por favor me avisem.
Nos divertimos muito com a hora que o Daniel veio até a mesa, a pedido do chefe dele, que estranhou nossa conta ter 12 cervejas (não eram garrafas, cada uma vem num copo diferente, tipo chopp). Sim, a conta estava certa e ainda teria mais.
Obviamente, saímos de lá tortos. Mas antes disso, pedimos uma porção de supplí, os famosos bolinhos de arroz, que era uma trilogia de pratos clássicos italianos. Um deles era sabor carbonara, outro à matriciana e o terceiro não lembro. Adoramos. Íamos pedir uma pizza, que é a atração gastronômica de lá, e nos sentimos VIP mais uma vez. O Daniel avisou pra gente de uma que não estava no cardápio, com lascas de bacalhau fresco, tomate, azeitona e rúcula. Nossaaa, boa demais!
Saímos dando vexame, querendo levar o copo-piscina da Zulu, mas felizes da vida (em vários sentidos). E o último motivo para a alegria transbordante foi a bendita conta. No fim, descobrimos que eles trabalham com um preço fixo, por copo de cerveja, a 5 euros. Não doeu nada. A vida é bela ou não é?


Bir & Fud
Via Benedetta, 23 - Trastevere

sexta-feira, 11 de março de 2011

Dicas de Roma – Trattoria Siciliana perto do Vaticano

Meses antes da viagem, eu pesquisei vários passeios e lugares para comer em Roma. Não me lembro mais onde encontrei a dica do Siciliainbocca... mas minhas fontes foram guias de viagem internacionais e blogs de viajantes que inspiravam credibilidade e bom gosto (hehehe).
Enfim, trata-se de uma Trattoria Siciliana sensacional, perto do Vaticano. Não é um lugar badalado, precisamos contar com um funcionário da companhia elétrica para consultar no GPS onde era. Ele nem falava inglês, mas teve esse tanto de boa vontade com meu italiano macarrônico. Fica a, talvez, uns dez quarteirões da entrada do Museu do Vaticano, aqui ó.
Na minha pesquisa, os elogios eram para o clima familiar e a comida de ótima qualidade. Super verdade! O preço é bem camarada também. Pelo cardápio, a gente já sente o esforço para agradar um público variado, com muitas opções de pratos e fidelidade à cultura e atrativos da Sicília. Uns 80% dele levam frutos do mar, acompanhados de legumes e temperos que rementem à região. E na hora de pagar a gorjeta, meu marido quis saber se o usual era 10% ou 15%. O garçom respondeu: “quanto seu coração mandar!” hahaha
Eu (ainda) não fui à Sicília, mas o restaurante reforça a fama de lugar ensolarado, alegre e perfumado – com cheiro de limão, ervas e frutas frescas. Divagações à parte, ainda no cardápio, eles explicam que procuraram bastante até escolher os vinhos da casa. Buscaram rótulos que, além de sabor e cuidado, traduzissem a Sicília. Inspirador ou não é?
Com tudo isso para abrir o apetite, pedimos o aperitivo da casa, uma taça de prosecco com um “gelo” de tangerina. É muito bom! Estou me remoendo agora, pensando que recebi amigas munidas de garrafas de prosecco aqui em casa, na semana passada, e não me lembrei de fazer esse charme. Portanto, se alguém tiver a chance de oferecer este mimo ao público antes de mim, é merecido. Penitência. (Em tempo, na época de morango, eles servem essa variação também)
O aperitivo chegou à mesa com pão italiano caseiro e um azeite muito saboroso. Pedimos o vinho branco da casa (Rallo Carta D’oro 2009, do Oeste da Sicília) e, como entrada, um supplí – bolinho de arroz que é um clássico italiano. O deles era recheado com molho de ragu e queijo derretido. Só desisti de trocar o almoço por mais três porções dessas pelo medo de perder algo igualmente delicioso que estava por vir.
Acabei me rendendo ao Risotto ai Profumi di Sicilia. Quem resiste? Ainda mais quando leva limão siciliano, laranja, mussarela, abobrinhas à julienne e parmesão. Sutil e cheiroso como o nome prometia. Meu marido pediu uma carne recheada com queijo ao molho salmoriglio (azeite, limão siciliano, alho e orégano), salada de tomatinhos e rúcula.
Na Itália, com o costume de ter entrada, primeiro e segundo prato, adotamos a estratégia de pedir um de cada para o casal. Queríamos provar a maior variedade possível, mas sem comer demais. Recomendo!
Além dessa estratégia e preocupação com os exageros, já tínhamos visitado o Museu do Vaticano de manhã e, depois do almoço, íamos pra Catedral de São Pedro ainda. E uma refeição pesada certamente atrapalharia a disposição. No fim das contas, virou um dia muito agradável e proveitoso, com essa pausa para comer em um lugar tão bom. Quebrou o batidão turístico e rendeu essa dica para compartilhar com todo mundo. (A única ressalva é a decoração do salão, com ícones sicilianos saindo pelo ladrão. Mas com tudo tão gostoso, é só fingir que não percebeu ;-)



Siciliainbocca Trattoria Siciliana
Via Emilio Faà di Bruno, 26 (Perto do Vaticano)
www.siciliainboccaweb.com

quarta-feira, 9 de março de 2011

Dicas de Roma – Campo dei Fiori com laranja empanada

Cinco dias de lua de mel em Roma fazem jus a todos os clichês que um casal apaixonado tem direito. Mas além do romance, a gastronomia é decisiva pra curtir e entender a cultura italiana, né! Então vou compartilhar algumas dicas e experiências muito legais que tivemos na viagem. Segue a primeira.
Além das famosas piazzas, as feirinhas aos fins de semana são imperdíveis. Vendem de tudo, inclusive souvenirs, roupas, acessórios. Mas a melhor parte são os vegetais, frutas, temperos, azeites, massas e frios. Uma das mais tradicionais fica na Piazza Campo dei Fiori. Fomos até lá procurando uma casa que serve o famoso Filetto di baccalà (iscas de bacalhau empanado), numa ruazinha adjacente, mas demos com a cara na porta. A hora do almoço já tinha vencido e resolvemos escolher outro lugar com vista para a feira.
Dei uma passeadinha rápida por lá, que já estava acabando. Fiquei louca com uns porta-temperos de uma barraca só com utilidades domésticas, eram fofos, bem retrô, mas de vidro e nossas malas já estavam desafiando a Física. Os tomates e alcachofras são de babar, comemos deles todos os dias nas entradas. Mas além dos produtos in natura, vendem também frios e carnes defumados e azeites enlouquecedores.
Duas barracas me deixaram particularmente curiosa. Uma de temperos desidratados para tudo quanto é prato, até pizza erótica (medo!). Mas a dona já estava fechando e era bem grosseirona, sem chance de comprar nada àquela hora. A outra também estava ensaiando ir embora, mas se interessou em vender. Tinham vinhos, azeites, patês e pastas. Meudeus! Eles montaram um caixote com uma cestinha de crostini e um pote aberto de cada sabor, para degustação. Meu marido achou que eu não ia almoçar depois, provei de tooodos. E queria comprar todos, óbvio. Me dei por satisfeita com uma caixinha que me ofereceram, com quatro potinhos. Trouxe alcachofra com nozes, funghi porcini, pesto e pasta de alho. Os que ficaram para trás ainda me torturam :-P
Para almoçar, circulamos a feira olhando os cardápios e ambientes. Simpatizamos com um restaurante chamado Mercato, em uma das esquinas. E pedimos bruschettas e uma tábua de produtos da feira, acompanhada de cerveja local. Adoramos a bruschetta de provolone com mel. Nham! Os queijos e prosciuttos (presuntos) são sempre excelentes. Além deles, na tábua, vinham legumes e lula empanados deliciosos. A abobrinha deles é um pouco diferente da nossa, suavemente adocicada. A berinjela é ótima, famosa. Fizeram um onion ring de cebola roxa muito bom também.
Mas a grande surpresa estava por baixo de outras rodelas fritas. Antes de cortar, pela cor, tava achando que seria um pimentão ou abobrinha. Mas era uma laranja!!! Gente, uma fatia de laranja empanada. É um trem de lôco! Fica bom demais! A fruta tava bem madura, carnuda e com a casca. Pena que tirei uma foto só e não vi que ficou fora de foco. Sorry! Ainda não fiz em casa, mas certamente é uma questão de tempo (e cobaias). #Ficadica 

sábado, 5 de março de 2011

Sopa de cebola com charme francês

Quem ficou em São Paulo no Carnaval tá curtindo um friozinho. E bizarrices meteorológicas à parte, é a temperatura ideal para fazer qualquer guloso feliz, né?! Bebidas e comidas quentes, cremosas, geralmente calóricas, vêm atentar todo mundo. Pra ninguém me acusar de nada, estou recuperando uma receita de sopa de cebola que tem todo um charme francês. Nada que pese a consciência. Vale a pena experimentar.
É bem fácil fazer a sopa e, depois de pronta, a gente coloca uma torradinha boiando sobre ela, com queijo por cima, e leva ao forno para gratinar. Nham!
Eu fiz essa receita a primeira vez numa campanha para tirar a resistência do meu marido às sopas. Ele tem o bordão cansativo que é comida de doente. Que raiva me dá! Enfim, como ele adora cebola em tudo, minha estratégia foi aumentar a boa vontade dele. E deu certo :-)
Receita

50g de manteiga
1 kg de cebolas em cubos grandes ou meias rodelas (Rodela inteira fica difícil de amparar na colher na hora de comer)
2 colheres de farinha de trigo
1 litro de caldo de frango ou carne
Sal e pimenta do reino a gosto
Noz moscada
Fatias grossas de pão fresco com casca
Queijo ralado grosso (mussarela, canastra, prato, ementhal ou gruyére ficam ótimos)

Preparo
: Doure a cebola na manteiga em fogo baixo, acrescente a farinha e mexa até ela cozinhar, por 2 minutos. Adicione o caldo e temperos. Deixe cozinhar em fogo baixo por cerca de 20 minutos. Quando tiver pronto, transfira a sopa para um refratário, doure um pouquinho o pão pra ele não absorver o caldo muito rápido quando colocado sobre a sopa, e cubra cada fatia com o queijo, bastante. Leve ao forno bem quente só pra gratinar. Quem tiver vasilhas individuais que podem ir ao forno, fica mais charmoso ainda servir porções personalizadas ;-)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Caponata carnavalesca, para foliões e rebeldes

Quase sempre, um ingrediente avulso é minha inspiração para fazer uma receita. Não sei se é pelo post da lasanha com molho branco, mas a berinjela anda em alta na minha cabeça ultimamente. Então, apesar de não ser muito fã de Carnaval, em homenagem a ele fiz uma caponata de berinjela, bem colorida e versátil, para foliões reporem energia e “do contras” curtirem o feriado.
Tive muito prazer em fazer essa entrada. Adoro picar legumes, terapia total. E as cores de cada ingrediente deram uma satisfação extra. Eu não segui uma receita específica, mas aproveitei duas dicas que valem menção. Uma delas é da minha amiga querida Dani Vargas, que tempera a caponata dela com pimenta calabresa e mel, para quebrar o ardido da pimenta e acidez do alho e cebola. Fica uma delíciaaa!
A outra dica é bem útil, pois mudou meu jeito de usar pimentão. Tem um canal novo da TVA em SP e outras poucas cidades, chamado Chef TV. Tenho que me segurar pra não ficar grudada na programação de 24 horas de gastronomia. Nem todos os programas têm o melhor acabamento do mundo, mas o conteúdo é sempre válido. Em um dos programas, uma terapeuta alimentar ensinou que, para amenizar o efeito indigesto do pimentão, é só tirar o excesso das fibras dele com a faca, deixando apenas uma espécie de filé, com a poupa e casca. Eu fiz assim com a caponata e facilitou até para cortar o pimentão, que ficou mais homogêneo. E também mais colorido, pois tirando a camada de dentro, ele ficou mais suculento. Adorei.

Receita
2 berinjelas cortadas em cubinhos
½ pimentão vermelho
½ pimentão amarelo (a variação é só pra efeito das cores, quem quiser pode usar um tipo só)
1 cebola grande em cubinhos ou o equivalente de mini cebolas
5 dentes de alho picadinhos ou em lâmina
Azeitona preta a gosto
½ xícara de passas pretas
½ xícara de passas brancas
Azeite a gosto
Pimenta calabresa a gosto
Mel a gosto
Sal a gosto

Preparo: Refogar em azeite a cebola, alho, pimentão, nesta ordem. Acrescente a berinjela e coloque mais um pouco de azeite e mexa até cozinhar. Acrescente sal, pimenta e azeitona. Depois, coloque as passas e uma colher de mel. Deixe esfriar, coloque em um pote tampado e leve à geladeira.

Sugestões de uso
:
Como tira-gosto, acompanhada de pão italiano ou francês ou recheando pão de queijo
Como salada, acompanhada de alface e rúcula
Como sanduíche, com uma fatia de queijo branco

terça-feira, 1 de março de 2011

Polenta ao molho bolonhesa de frango

Quando a gente se muda para outra cidade, incorporamos parte da cultura nova e rejeitamos outra parte. Eu nunca vou falar "mêo" ou "mano", nem dizer que "de quinta, vou à feira" ou que tomo sorvete de massa. Mas fiquei bem mais exigente com pizza, prestações de serviço e  o angu virou polenta.
Com a tradição italiana em São Paulo, a polenta é um acompanhamento constante, frita ou molinha e com molho. Muitas vezes, vem em potinhos, pra comer de colher, com a mesma função do caldinho de feijão. É bom demais! A frita tem uma casquinha crocante ótima e a molinha sempre tem um molho gostoso pra incrementar. E a polenta, aqui, é temperada. Em Minas, o angu não costuma levar sal e a consistência é mais dura, cada colherada é um bloco.
Apesar do calor, me deu vontade de fazer polenta em casa. Era outra coisa mega básica que eu nunca tinha feito. Acho que meu perfeccionismo ficou intimidado com os papos que cresci ouvindo de que fazer angu requeria alguns macetinhos, pra não empelotar. Com medo de errar, fui adiando.
Mas se tem algum santo fã de polenta, ele me ajudou hehehe Pus em prática duas dicas pra polenta ficar cremosa. Dissolvi  o fubá em água fria e não deixei a água quente borbulhar na hora de misturar. Deu super certo.
A vontade de encarar a polenta veio de um fubá de moinho d’água que tinha comprado no Mercado Central de BH. Eu tinha um frango moído no freezer e resolvi fazer o molho com ele, em vez da carne moída de sempre.
Eu adoro manjericão, mas esse receita vai ao forno para gratinar e eu detesto quando as folhinhas ficam esturricadas. Mas tive uma ideia na hora de montar que deu certo pra evitar o ressecamento dele. Coloquei o molho em cima da polenta, joguei o manjericão fresco e fiz uma camada de mussarela em cima dele. Deu um vapor que exalou o aroma e não desidratou a erva. Vou adotar sempre a partir de agora. :-)


Receita
Polenta mole
5 colheres de sopa de fubá
5 xícaras de água
Sal a gosto ou caldo de frango
Preparo: Esquente 4 xícaras de água, sem deixar borbulhar. Dissolva o fubá em uma xícara de água fria. Quando começar a subir bolhinhas de vapor, antes de ferver, coloque o sal ou caldo Knorr pra dissolver e acrescente o fubá dissolvido. Mexa até começar a engrossar. Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por, no mínimo 20 minutos. É bom provar pra ter certeza que o fubá está cozido.


Molho
300g de frango ou carne moída
Cebola e alho picados a gosto
1 lata de molho de tomate
Preparo: Doure o frango ou carne e refogue a cebola e alho, acrescentando o molho de tomate em seguida. Quem gostar de pimenta, fica bem gostoso o molho picante.

Montagem:
Em um pirex, despeje a polenta mole pronta, cubra com uma camada de molho com carne. Salpique folhas frescas de manjericão e cubra com fatias de mussarela. Leva ao forno bem quente, só pra gratinar.