domingo, 31 de julho de 2011

Lanche de avião gostoso

Adoro sanduíche de rosbife e tive uma surpresa enorme quando comi um delicioso dentro do avião. Voei pela Pluna pela primeira vez e a empresa (uruguaia) não inclui refeição no preço da passagem. O cliente pode levar um lanche ou comprar algo durante o voo. Apesar de uma antipatia inicial pelo conceito, já que se tratava de uma viagem internacional, acabei fã da proposta e, principalmente, do sanduba.
Pela garantia de uma comida melhor no avião, não me importei de pagar à parte e ainda fiquei pensando que é mais honesto do que embutir a refeição na tarifa. Afinal, a gente paga sem saber pelo quê, se vamos gostar ou não ou se tá caro ou barato.
Como amei o sanduíche, deu aquela vontade de tentar reproduzir. Tirei foto do cardápio pra não esquecer dos ingredientes até [Sanduíche crocante de vegetais e Rosbife: pão bengalinha com ciboulette, crocante de vegetais (alho poró, aipo, cebola, em cubinhos), rosbife temperado em molho de mostarda, mizuna, maionese e tomate].
Além do molho muito saboroso, a combinação dos ingredientes e a textura variada fizeram a receita de sucesso. Esse refogadinho de legumes crocantes eu vou adotar pro resto da vida, é uma dica pra qualquer outro sanduíche. Muito gostoso pra mastigar e o gosto é delicado, bem melhor do que os molhos à base de repolho que os gringos usam, hein? E no conjunto, fica uma mistura cremosa e crocante ao mesmo tempo, que dá uma umidade muito agradável junto com a carne.
Ainda não me aventurei a fazer rosbife em casa, então comprei fatiado na nossa padaria querida, que fica na esquina de casa e é cheia de coisas gostosas. Refoguei os crocantes com um pouquinho de azeite e reservei. Aí piquei a mizuna miudinha, misturei em meia xícara de maionese, uma colher de mostarda e um tomate cortado em cubinhos. Depois juntei os crocantes. Ficoi bem bom! E combina com frango, peru, presunto... o que tiver na geladeira.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dicas de Santiago - Restaurante na neve

O ponto alto da viagem a Santiago foi o passeio às estações de ski perto da capital. Na mesma montanha ficam quatro empreendimentos com estilos diferentes: Valle Nevado, Farellones, Colorado e La Parva. A entrada é livre para visitantes que quiserem só tirar fotos e curtir a vista. Em todos há opções de hospedagem e restaurantes/ lanchonetes.

Dica importante: vale muito a pena contratar um tour ou traslado com uma agência chilena para subir a montanha. A estrada é bem perigosa e difícil, com 60 curvas em U, risco de gelo na pista, etc.

A vista lá de cima é de deixar a gente sem palavras. São mais de 3.000 metros acima do mar e Santiago fica invisível sob as nuvens. Deu muita vontade de voltar pra ficar hospedada na montanha uns dois dias.

A estação de ski que mais curti foi Farellones. Além do hotel principal, adotaram uma arquitetura de chalés rústicos para quem quiser alugar que chacoalhou todo meu romantismo. São casinhas fofas, na beira da montanha nevada, com uma vista sem fim. Além disso, as opções de lazer na neve são mais variadas. Além do ski, tem tirolesa e o tubbing (ski bunda em boias gigantes).

E fora a vista e diversão na neve, fomos ao restaurante da Posada Farellones, que é uma ótima dica para almoço entre uma estação e outra. É uma casa toda de madeira e pedras, com decoração rústica inspirada em ícones chilenos. A comida é muito bem feita e o atendimento é ótimo.

O couvert já agradou muito, pois tinha uns pãezinhos caseiros quentinhos, que pedimos para repetir. Meu marido pediu taça(s) de vinho e eu aproveitei para provar uma cerveja artesanal chilena, a Kross, que estava procurando. Anotem, maravilhosa! Pena que não achei dela no aeroporto, pois queria muito ter trazido algumas.

Eu escolhi uma carne com vinagrete e batatas gratinadas que estava perfeita. O tempero, a maciez e o conjunto impecáveis. O Alexandre pediu um frango com purê de abóbora que também estava excelente, tenro e muito saboroso (tirando o fato que só descobrimos depois que o prato chegou que calabaza era abóbora – e ele não é nada fã)  qua-qua-qua, mas comeu sem reclamar, pois tava super gostoso.

No alto da montanha, nada é barato, vamos combinar. Mas a comida era tão bem feita que saímos plenamente satisfeitos. Fica a dica bem honesta pra quem fizer o mesmo tour.

Hotel Posada Farellones

sábado, 9 de julho de 2011

Dicas de Santiago – Mercado Central

Quando viajo, alguns dos lugares que mais gosto de visitar são supermercados e o Mercado Central. Adoro procurar produtos que nunca vi antes, comparar com os conhecidos e garimpar achados. Em Santiago, o Mercado é pequeno, bonito, organizado e podemos conhecer frutas, legumes, pimentas e frutos do mar tipicamente chilenos.

Um dos hits entre os turistas brasileiros é a fruta chamada pepino. E mais engraçado ainda é que o legume pepino também está lá. A fruta geralmente é comida no café da manhã, é suave, não muito doce e, para os nossos parâmetros, parece um pouco com melão.

 E falando em fruta do café da manhã, vale tomar cuidado para nunca pedir mamão no Chile. O termo significa, digamos, um favor sexual, por lá. E o papaia, a fruta, só é consumida em calda, como sobremesa, pois in natura não tem muito sabor. Outra fruta que é famosa na forma de doce é a lúcuma, que infelizmente não tive tempo de provar. Só ganhei uma balinha sabor lúcuma da camareira do hotel, mas industrializada não vale, né?

Uma peculiaridade do Mercado de Santiago é a forte presença de restaurantes. O lado bom é que dá pra provar iguarias do mar fresquinhas ali mesmo. O ruim é que a concorrência é brava e os garçons tentando fisgar clientes passeando por ali enchem o saco. Os dois estabelecimentos maiores e, talvez,  mais confiáveis são o Donde Augusto, que domina uns 70% do espaço, e El Galeón – onde comemos, por indicação do guia.


O almoço no mercado é um programa bem gostoso para um dia de passeio no Centro. As melhores dicas dos cardápios são os peixes do Oceano Pacífico, como o congrio (bem branco, delicado e suave – agrada quem curte linguado) e albacora (peixe-espada de carne fibrosa, parecida com o bacalhau, bem saborosa).

A vedete gastronômica é a centolla, o caranguejo gigante da Patagônia, exibida nas vitrines por todo o mercado. Estava super a fim de prova-la, mas achei muito cara (a partir de US$ 60), então acabei pedindo uma empanada de centolla que foi um achado. A empanada chilena parece muito o nosso pastel frito. A servida no El Galeón é enorme e bem recheada, quase vale um almoço. E a centolla realmente é sensacional, muito macia, sutil e... deliciosa.rs

Pedi um prato com albacora ao ragu de caranguejo que vinha coberto com lâminas de abobrinha bem finas e cruas, que cozinhavam um pouquinho no calor e tempero do peixe embaixo dela. Gostei muito, mas comi pouco, por causa da super empanada de entrada. O Alexandre pediu o congrio frito, que veio com bem pouco tempero, vale acertar o sal na mesa.

Antes de entrarmos no mercado, o guia alertou para prestarmos atenção se os acompanhamentos estavam incluídos, para não ter surpresa na conta. Segundo ele, quando vc pede um peixe, alguns restaurantes oferecem arroz, batata frita, vc aceita achando que faz parte do prato e são extras. Outro cuidado necessário em todo o Centro da cidade é ficar atento aos batedores de carteira. De modo geral, Santiago é muito segura, mas no Centrão, há ladrõezinhos especialistas em tirarem câmeras e carteiras sem o turista nem se dar conta, os famosos “mãos leves”.

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Mercado Central de Santiago
San Pablo, 967 - Centro
http://mercadocentral.cl/

domingo, 3 de julho de 2011

Dicas de Santiago – Comida afrodisíaca

O Pátio Bella Vista e as ruas a seu redor oferecem tantas opções de restaurantes na capital chilena que uma maratona para conhecer todos certamente levaria mais de um mês. A variedade e a concorrência deixam o turista meio tonto até, sem saber qual escolher. Portanto, é um ótimo começo para quem chega a Santiago.

Um dos restaurantes mais famosos desse núcleo gastronômico é o Como Água para Chocolate, inspirado no filme mexicano de 1992 que, por sua vez, foi baseado no romance da Laura Esquivel. Ou seja, um livro, que virou filme, que virou restaurante. Eu adorei o filme e, quando entrei pra ver se o santo batia, me apaixonei com a decoração.
O salão tem pé direito alto, com mezanino e uma escadaria, tudo de madeira em estilo rústico de fazenda. O cardápio segue as premissas gastronômicas do filme, que explora ingredientes afrodisíacos e comida feita com tanto amor e inspiração que proporciona um prazer intenso aos comensais.

Esse trecho mostra o preparo de codornas com pétalas de rosa que deixam a galera subindo pelas paredes!


Na prática, a comida não causa efeitos físicos desse jeito (desculpe se decepciono rs). Mas os pratos estamos muito bem feitos e saborosos. O couvert são tortilhas de milho com uma salsa à base de ají verde, um dos ingredientes de ouro no Chile. O molho é muiiiito gostoso, cheio de nuances. Pedimos de entrada o Ceviche de Guerrero, feito com peixe reineta, limão e “segredos da casa”. Foi o melhor ceviche que comi até hoje, cheio de sabores sutis e vinha sobre conchas abertas com pedaços de abacate, picles... nossa, deu água  na boca de lembrar.

A porção de ceviche era bem farta, então pedimos um prato para dividir. Para agradar o marido, pedi a costela bovina em redução de vinho e mel, com purê rústico de batata (Las Costillas de Quersen). A carne veio desfiando, o molho era delicioso... e não sobrou espaço para sobremesa, nem café!

A ressalva sobre este restaurante é o excesso inevitável de turistas, o que se traduz em fila para quem não faz reserva, barulho e garçons em correria constante. Nós chegamos cedo e sem reserva, pegamos uma mesa estranha, embaixo de uma prateleira onde ficavam os cardápios. Mas fomos atendidos com gentileza e a comida estava ótima. Então saímos felizes. Digo isso porque o local tem uma proposta romântica, mas não é nada intimista. E é importante chegar com a expectativa alinhada com o clima que vai encontrar, né?! ;-)

Como Água para Chocolate – Restaurant Cocina Mágica
Calle Constituición, 88, Barrio Bella Vista - Santiago
http://www.comoaguaparachocolate.cl/