sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O pão com ovo perfeito


Quem não gosta de pão com ovo, bom sujeito não é. Deve ser doente do pé e do coração também. Pois um pão fresquinho com um belo ovo  traz um conforto em vários níveis. É nutritivo, leve e ameniza a preguiça, cansaço ou falta de tempo do dia a dia. Esse post é dedicado à Fabi Lopes, que me inspirou essa semana S2
Eu recorro sempre ao pão com ovo, principalmente à noite. Alimenta, mas não pesa.  Basta o pão estar quentinho no supermercado ou padaria pra eu desistir de qualquer outra possibilidade além daquela gema mole amparada pelo miolo com um pouquinho de nada de manteiga.
Andava muito feliz com variações de pães franceses de farinha integral, até o dia que uma certa Diana (não a Mulher Maravilha) mudar meu conceito. Ela tinha feito o estilo com pão de forma furado no meio com o ovo no buraco. Nham!
Já brinquei tantas vezes, que seguem algumas idéias... A primeira dica, a própria Diana já deu de cara. É bom dar uma tostadinha na fatia do pão antes de quebrar o ovo, porque a textura ajuda a segurar a clara dentro do furo. Outra dica importante é o tamanho do buraco. Se for pequeno demais o ovo transborda de um jeito que atrapalha o efeito final. Se for grande demais, o pão fica pouco.
Eu passo margarina de um lado só e, quando ele cora, corto o quadradinho no meio da fatia. Aí quebro o ovo no buraquinho, coloco uma pitada de sal e abafo com uma tampa. (Como nessa hora já tô salivando, vou comendo o quadradinho cortado pra enganar hehehe.)
Quem gosta da gema bem mole, é só abafar um pouco mesmo. Eu gosto dela mole, pero no mucho, quando começa a cozinhar, mas com o miolo molinho. Então, eu viro uma vez e desligo o fogo, só pra equilibrar o calor e evitar que queime no fundo.
Vale colocar um queijinho ralado por cima também, até um cheiro verde, dependendo da disposição, hein? E pães integrais variados ficam ótimos, com aveia, linhaça... crocantes na mordida.
Procurei umas receitas e fotos pra esse post e me diverti vendo o quando os gringos levam o pão com ovo a sério.  São estrelas do café da manhã, né? As duas idéias que achei mais bacanas foram essa versão assada que forma um ninho  e a torradeira australiana com uma caminha pro ovo. (Agora vou ter que tentar o ninho assado... e depois eu conto.)

Alguém faz diferente? Qual seu pão com ovo favorito?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Meu anjo da guarda paulista


Gente, sério, fiquei 20 minutos com cara de boba, sem reação, só pensando nessa moça. A Ana Lúcia Araújo foi a primeira pessoa que me fez sentir acolhida em São Paulo - me ajudou a escolher onde morar, jantar, botecar, decorar um pouco mais a vida. Nasceu pra ser mãe, do João e do resto do mundo. Não tem limites pro carinho que ela é capaz de emanar. E ela não é boazinha, não se enganem. É super crítica, exigente, implacável com os medíocres. E tudo isso só me dá mais orgulho de ser amiga dela.
Quando comecei a trabalhar com ela no Estadão, comentei com os ex-colegas de Minas que tinha conhecido uma pessoa que personificava tudo que eu achava que um profissional de internet devia ser. Ela é incontrolavelmente antenada, criativa, adora novidades, tecnologia e jornalismo da melhor qualidade.
E ela despencou em B.H. pra ir ao meu casamento... não preciso falar mais nada, né?!
Com essa rápida introdução, já deve dar pra imaginar o que senti quando vi hoje que ela fez um post no blog dela sobre o meu. Minha madrinha...  :’-)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Lasanha e molho branco light

Todo guloso tá em eterna dieta, neam?! Inevitável. Pra variar o cardápio, lembrei de uma receita que já está na família há alguns anos, de lasanha de berinjela. Minha mãe já fez várias vezes, veio numa revista Boa Forma do ano 3 a.C.
Um tempo atrás, tentei achar essa receita específica na internet, em vão. Mas selecionei duas finalistas e fundi as partes que achei mais interessantes. Tentei variar os legumes, acrescentando camadas de abobrinha, além da berinjela, mas não recomendo, dá diferença de textura e polui um pouco o sabor. Grelhar a berinjela em vez de cozinhar também não achei legal, resseca a fibra dela.
A melhor descoberta de todas foi o molho branco light (mesmo!), com ricota batida no liquidificador com leite desnatado e temperos. Fica cremoso, bonito e, como o gosto é bem suave, vira um coringa ótimo para adotar em outros pratos. O segredo é colocar o leite aos poucos, para não diluir demais e ficar com a consistência mais grossinha. Agradecimentos ao Panelinha e sua Lasanha de Legumes Light.

Para a lasanha em si, escolhi uma montagem mais tradicional e caprichei no molho à bolonhesa com a carne bem temperada com alho e molho de tomate de verdade, cortando os cubos, refogando, como mandam as Mammas.
É uma receita muito saborosa e vale à pena demais. Mas é prato para uma refeição só, sugiro um tabuleiro pequeno. ;-) 

Lasanha de berinjela com molho branco light

Molho branco
100g de ricota
½ xícara de chá de leite desnatado
1 colher de sopa de salsinha picada (alecrim ou manjericão também combinam!)
sal e pimenta do reino a gosto
Preparo: bater no liquidificador a ricota e o leite, em velocidade alta. Quando o creme estiver homogêneo, misture à mão os temperos e reserve.
1 kg de berinjela
1 cebola em cubos
8 tomates sem semente
300 g de carne moída
1 colher de sopa de parmesão light
Sal, alho e pimenta do reino a gosto
Preparo: fatie a berinjela em fatias finas, sem casca e sementes (uma plaina funciona super bem) e coloque em uma frigideira com um pouco de água com sal, para ferver por 3 a 5 minutos. Refogue a carne moída com cebola e alho e acrescente o tomate em cubos, pingando água e acertando o sal.
Montagem: Em um tabuleiro ou refratário médio untado de azeite, faça uma camada com as fatias de berinjela, depois outra camada de molho à bolonhesa, depois outra de molho branco. Repita as camadas até preencher a altura da forma, polvilhando a última com queijo ralado. Leve ao forno pré-aquecido até o molho ferver.

Rendimento: 4 pessoas.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Restaurante dos sonhos

Estivemos em Buenos Aires no comecinho do mês para uma comemoração surpresa do aniversário do Ale. Usei milhas, reservei hotel e pesquisei restaurantes, tudo escondido. Não deu tempo de ir a vários da lista, mas um deles já valeu a ida. Foi uma dica da Pat, inesquecível.

O conceito do restaurante começa acertando pelo nome: El Último Beso. Atrai românticos de cara, né?! E nenhum romântico vai se decepcionar com o lugar... a decoração é tudo! São três ambientes: um café, uma lojinha e o restaurante, sendo que o último tem uma parte fechada e outra aberta, nos fundos, onde os clientes ficam cercados por trepadeira e luminárias penduradas “no céu”. Os móveis, vasos, taças foram garimpados em antiquários e tudo cheira a flores frescas.
Eu já estava apaixonada por tudo, com vontade de fotografar cada canto, mas com vergonha do garçom – outro ponto alto – que era mega cult. O couvert tava ótimo, um homus delícia, e pedimos uma entrada com “produtos do mercado”, um pout pourri com frango, berinjela e frios, a maioria com molho agridoce... só dispensamos a língua com suas papilas gustativas :-P 

 
Antes da comida chegar, tive uma surpresa sensacional. E, pra isso, só tive que ir ao banheiro! Gente, que banheiro! De um lado, tinha essa banheira antiga cheia de água e flores coloridas boiando, exalando perfume natural. Na parede oposta, uma composição de quadrinhos com moldura antiga (tinha até um bilhete pedindo pra ninguém levar... ô dó). Fiquei tão encantada que queria pedir a comida dali! Hehehe
 
A comida veio, eu pedi um risoto de alhos com queijo de cabra, maravilhoso. O Ale comeu um cordeiro ao molho de vinho e mostarda que desmanchava na boca e purê de batata doce. Não sobrou espaço para sobremesa, snif. Enquanto o Ale pediu um café, fui olhar a lojinha. Eu estava fazendo hora pra ir lá, a tentação era certa. E foi... xicrinhas, paninhos, enfeitinhos de doer o coração. Bases para bolo, pratinhos para petit four... Sorte que eram todos à prova de mala, ultra quebráveis e eu tava dura. Fiquei só na foto mesmo.

Pra guardar e ir
El Último Beso
Calle
Nicarágua, 4880 - Palermo
Buenos Aires

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pão de queijo revolucionário

Quando a mineira aqui se mudou para São Paulo, começou a apresentar sintomas de abstinência de pão de queijo "de verdade". Por mais bonitos e convidativos que parecessem por trás de vitrines e estufas, os exemplares paulistanos sempre decepcionavam pela falta de graça, textura e gosto. E chocavam pelo preço. Na época, estava acostumada a pagar R$ 0,70 por um pão de queijo ótimo, perto do trabalho em BH. E em SP, custavam a partir de R$ 2. Até achei um gostoso, pasme, no Starbuck’s... mas àquela altura, já estava decidida a tentar fazer em casa.

Eu cresci comendo pão de queijo caseiro, mas desde o advento do Forno de Minas, os lares mineiros se renderam à praticidade. Portanto, eu nunca tinha feito um na vida. Comecei pedindo a receita para minha tia Eliane, que faz um delicioso e é daquelas donas de casa que elegem  uma loja cativa de queijos no Mercado Central. Eu fiz, ficou ótimo, mas a consciência pesou demais... levava 8 ovos, óleo... dá-lhe colesterol e calorias. Mas a receita original é assim mesmo e costuma ter como diferencial uma marca boa de polvilho azedo e o queijo meia cura.

Fiquei feliz com meus primeiros pães de queijo, mas continuei atenta a outras opções de receita. E acabei lembrando que outra dona de casa famosa pelo quitute era a Glorinha, mãe da Nanda, uma das minhas grandes amigas. Fiz interurbano pra saber como era e valeu cada minuto de sabedoria. A receita da Glorinha não leva ovo! Nem óleo! E o polvilho é doce! \o/

Então, uma receita tão boa e revolucionária precisa ser compartilhada... pois já foi testada e retestada. Ela é puro queijo, o que deixa uma catapora linda nas bolinhas, que ficam mais crocantes por fora. Se alguém se animar a tentar, me falem.



Pão de Queijo da Glorinha

1 kg de polvilho doce Marinêz
1,3 kg de queijo ralado
1 ½ colher de arroz de margarina Qually
Leite até dar ponto para enrolar
Para assar, é bom manter uns 3 cm de distância entre as bolinhas, no forno baixo 180 graus.

* P.S. A preferência de marcas dos produtos é da Glorinha e eu segui
* P.S.2: Dependendo do queijo, é bom colocar um pouco de sal

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Spaghetti à carbonara todo mundo conhece, certo?


Sempre fui fã de um carbonara. Aprendi uma receita com uma grande amiga, ainda na adolescência, e vivia pedindo em restaurantes também. Mas meu queixo caiu quando provei o prato em Roma, na minha lua de mel. Fomos a um lugarzinho muito gostoso, perto do Forum, e fiquei com cara de boba quando pus a primeira garfada na boca. Não tinha nada a ver com o que eu conhecia. Nem o sabor, nem a textura. 
Essa experiência marcou o resto da viagem e, quando almoçamos em outro lugar que amamos, Antico Forno Roscioli, encontramos um kit carbonara com tooodos os ingredientes embalados para viagem em uma caixa, com receita didática. O kit tinha até meia dúzia de ovos, numa embalagem com um plástico tão reforçado que resolvemos tentar trazer na mala. E chegaram inteiros :-P

Pelo mundo afora, o spaghetti alla carbonara tem sido feito com bacon comum, pancetta, presunto, creme de leite e até ervilha e cogumelos. Mas a versão original só leva spaghetti grano duro, ovos, queijo pecorino (de ovelha, curado), guanciale (bacon da bochecha do porco, que vem com uma camada de pimenta do reino) e pimenta do reino.

Apesar das instruções da receita do Roscioli serem bem claras, a pressão de não ter como repor ingredientes me deixou tensa. Li o folheto mil vezes e também segui o que mandava a embalagem do spaghetti. 

Resumindo, cortei o guanciale em cubos de 1 cm, para fritar. (Eles recomendam que se descarte metade da gordura que soltar da fritura) À parte, bati 4 gemas e um ovo inteiro e depois misturei 2/3 do queijo, que é bem curado e já salgado, então dispensa sal na receita. Com o macarrão ao dente e quente, acrescentei o bacon e a mistura cru de ovo com queijo.  Eu salpiquei duas pitadas de pimenta e o resto do queijo finalizando. (Para a pimenta do reino, que veio em grãos, eles dão uma dica legal. É bom aquecer os grãos numa panela e depois bater com um martelo, pra exalar bastante aroma e realçar o sabor.)

O resultado é um prato que impressiona pela simplicidade. Como é bom! Claro que ter os ingredientes originais é um privilégio (e dura pouco). Acho que tudo bem, nós mortais, usarmos ingredientes alternativos. Um bacon de boa qualidade e um parmesão bacana dão conta do recado. Colocar creme de leite, legumes e temperos extras já complica. A Nigella tá sugerindo o Carbonara para o de Dia dos Namorados. Nem ela preza pela tradição... tsc tsc.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Combina, ué?!

Pra quem cozinha ou só gosta de comer, uma das surpresas mais gostosas é achar combinações de sabores. Claro que só tem graça de verdade as que não são óbvias. Como eu demorei demais a por este projeto andando, minha amiga querida que mora numa Cabana fez um post sobre isso há tempos e eu até contribuí lá. O estopim foi meu debut no Pasquale, quando fui apresentada à burrata. Conversa vai e a burrata ganhou um apêndice de lingüiça, vinho foi e a dupla ganhou um penduricalho de manjericão. :-O Muito bom! O verdinho ressaltou a sutileza do queijo e quebrou a força do embutido. Lindo.

Outra descoberta casual nasceu da má vontade com a sobremesa do bandejão no trabalho. Uma colherzinha de plástico suja de canela do arroz doce serviu pra laranja picada contrabandeada do almoço pro lanche da tarde. De novo… canela com laranja = agradecimento.

Mas nada disso é novidade, pois ta lá na Cabana. A novidade (pra mim!) é o casamento do gorgonzola com o tomate cereja. Mas não fui eu que descobri, só ajudo a divulgar a empolgação de quem provou e amou. Gostei tanto que já comecei uma produção pirata em casa, porque não sou boba nem nada.

Fui apresentada à dupla no jantar de aniversário do meu pai, quando o canapé simples e lindo me encantou. Foi entrada do Buffet do Cantídio Lanna, um dos meus favoritos em Belo Horizonte. Na versão original, o pão era de forma, sem casca, cortado redondo, pouca coisa além da circunferência média de um tomate cereja picado ao meio. Esse detalhe faz diferença, pelo que comecei a testar. Minha primeira tentativa foi com uma baguete francesa fininha, cortada em rodelas finas. Funcionou bem. Já na segunda bateria, fiz com torradas redondas estilo canapé, que roubaram um pouco da graça tanto no gosto quanto na textura.
gorgonzolatomate
E a receita é simples assim. O sucesso depende da qualidade do queijo e que o pão seja o mais suave e menos invasivo possível. O ponto do forno varia com o freguês. O mínimo é que o gorgonzola derreta e o tomate (sem sementes) murche um pouquinho. O máximo é que o queijo escorra vez ou outra pela beiradinha e forme uma casquinha que… hum! Vale fazer as duas opções na mesma fornada. É só tirar uma porção no primeiro estágio e deixar o resto no forno desligado ;-)


Outra combinação que adotei pra sempre é de abóbora com páprika… uso pra sopa. Alguém tem mais dicas?