segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pot-pourri e queijo verde

Quando escolho um assunto pra escrever aqui tento balancear os temas para oferecer variedade. Mas quando o assunto é queijo, é uma tortura ficar esperando o tal balanceamento. Então vou usar um artifício, criar uma subseção, aí ninguém pode me acusar de repetitiva, certo? (hehe)

Para inaugurar a seção queijeira Pot-pourri, separei uma descoberta e uma constatação. A descoberta foi beeeem divertida, um queijo verde. É um queijo holandês e a cor vem do pesto, o molho de ervas italiano. A massa, como muitas holandesas, lembra queijo fundido. Fiquei animada a experimentá-lo porque vinha em uma bandejinha com outros dois tipos de mesma nacionalidade, um de cabra e outro semelhante a um parmesão grana padano. Se fosse uma bomba, teria outros para me salvar.

O queijo verde causa frisson e deixa uma tábua de frios bem bonita e inusitada. Não é uma opção super saborosa por si só. Eu, pelo menos, não sou a  maior apreciadora de queijos fundidos. Mas o tempero sabor pesto funcionou bem com torradinhas de alho, realçou o gosto das ervas. Conclusão: o verdão não rende como estrela de uma tábua, mas dá charme e descontração a um conjunto.

A constatação
Finalmente fiz a receita do Jamie Oliver do camembert assado \o/ Tinha postado aqui durante um período firme de dieta, de tanta vontade de provar. Correspondeu totalmente à minha expectativa. Agradou tanto ao meu marido que ele quis repetir no dia seguinte. O camembert fica bem cremoso e a dinâmica de mergulhar pãezinhos ou torradas nele completa a magia da gula. O alecrim fica impecável e o alho também, mas com um porém. Quem gosta de muito alho e picância deve seguir a receita original, que pede lâminas
Mas se a ideia for um alho menos marcante, a melhor forma é picadinho.


Esse alho rendeu debate porque incomodou dois enófilos aos quais pedi dicas de harmonização. Ambos reviraram os olhos pensando se havia uma saída e acabaram sugerindo a retirada do alho, já que o camembert é um queijo tão nobre. Sim, é, nobilíssimo e maravilhoso, mas o alho acrescenta um amargor bem levinho que combina muito com o queijo. Até na textura ele contribui. Eu não entendo nada de vinho ainda, mas gostei do resultado com um tinto delicado, com uva carmenere.


Ficha dos queijos
Verde - Basiron Pesto Verde alla Genovese
Amarelo - Montana Cheese from Holland (Veldhuyzen Kaas)
Branco - Hommage Goat's Cheese from Holland

Camembert Serrabella

terça-feira, 17 de maio de 2011

Dog dinamarquês

A última edição do Paladar, caderno de gastronomia do Estadão, trouxe um especial sobre cachorros-quentes. É por essas e várias outras que admiro a editoria, transita muito bem da dita alta gastronomia ao trivial, com sacadas ótimas de pauta e linguagem que dá gosto. Ainda não provei o hot dog perfeito que eles propõem, mas é uma questão de tempo :-P  

Só foi uma pena que eles não conheçam a versão dinamarquesa do lanche, que é bem diferente para o padrão brasileiro. Eu fui a Copenhagen em 2009 visitar uma prima querida que se casou com um dinamarquês, a Dri. Ela me apresentou vários pratos típicos locais e o cachorro-quente é um deles. Tem carrinho pra todo lado, é uma paixão nacional.
 

Na terra do melhor restaurante do mundo, o lanche tem uma salsicha defumada e picante com a casquinha bem crocante e vários centímetros maior que o pão. Sobre a salsicha podem ir até três tipos de molho: mostarda, ketchup e remoulade, que é uma maionese temperada com picles, levemente adocicada. Por cima, vão fatias finas de picles agridoce (parecido com o japonês, da saladinha de pepino) e flocos crocantes de cebola desidratada. A variedade de texturas e o contraste entre o picante e o agridoce me cativaram instantaneamente.

Gostei tanto do sanduba que trouxe remoulade e cebola desidratada na mala. Há poucos meses fiquei feliz em achar uma cebola semelhante no supermercado. Ela é holandesa é bem mais salgada que a dinamarquesa, mas quebra bem o galho. O remoulade original eu ainda não vi por aqui, mas também não procurei com afinco ainda, confesso.

Então, vira e mexe, mato a saudade da Dri a da viagem com o mais próximo que consigo chegar do original. Compro uma salsicha mais picante, um pão de hot dog fresquinho e todos os apetrechos. Quem já provou pediu mais...

 

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Pão integral com iogurte e sementes

Há mais de 10 anos eu me encanto com a facilidade e sedução das máquinas de fazer pão. Eu amo ingredientes e culinária, mas trabalho braçal não é comigo. Agora que estou aprendendo mais sobre gastronomia, pretendo me apropriar da máquina de verdade, sem ficar tão presa às receitas exclusivas ao uso dela.

A primeira aventura foi mega bem sucedida. Eu tinha visto uma receita no blog da Akemi (vale a pena demais seguir!), mas deu bode de me imaginar fazendo força para amassar, esperar crescer, etc. Aí, juntou a gula com a saudade da máquina que não usava há mais de um ano... e saiu, quentinho, fofinho, irresistível um pão integral com iogurte e sementes.

Eu fiz pequenas adaptações porque achei que tinha farinha integral e estava enganada. Mas tinha farinha de aveia e farinha de linhaça. Aí misturei com a branca pra ver no que dava. Na receita da Akemi, vai açúcar branco, mas usei mascavo.

Para dar certo na máquina, os ingredientes úmidos têm que ficar por baixo na forma, isolados pela farinha, que  mantém o fermento seco por cima de tudo. Isso é importante para o fermento não começar a agir antes da hora e desandar a massa. Por isso, mudei a ordem dos ingredientes abaixo, estão do jeito que entraram no recipiente.

O resultado foi sensacional. Além de fazer todo o trabalho duro, a máquina deixa a gente programar a hora que ela termine. Ou seja... acordei com a casa tomada pelo cheiro de pão assando. Tá nublado lá fora hoje, mas aqui dentro tá tudo azul :-D

Receita
1 copo de iogurte natural (170g)
 ½ xícara (120ml) de água morna
1 colher de sopa de manteiga derretida
1 1/2 colher
de sopa de mel
cerca de 2 xícaras de farinha de trigo branca

1 xícara de farinha de trigo integral
1 colher
de sopa de gergelim preto
1 colher
de sopa de gergelim branco
1 colher
de sopa de linhaça dourada
1 colher
de sopa de sementes de girassol
1/2 colher
de sopa de açúcar
1 colher de chá de sal
 ½ colher de chá rasa (4g ) de fermento seco para pães
Preparo tradicional: Dissolva o fermento com o açúcar e a água morna em um recipiente pequeno. Deixe o fermento agir por cerca de 10 minutos. Acrescente o iogurte, manteiga, mel e a mistura de fermento em um recipiente grande. Misture o sal, sementes e a farinha integral. Adicione a farinha branca, meia xícara por vez, misturando bem com uma colher de pau. Quando a massa puder ser trabalhada, coloque-a sobre uma superfície enfarinhada e comece a sová-la até que fique macia e elástica, por cerca de 10 minutos. Unte ligeiramente uma bacia ou forma com óleo, coloque a massa dentro, vire-a para que fique envolvida com o óleo, cubra com um pano umedecido e deixe crescer em um lugar mais aquecido. (Vale colocar em banho maria com água morna se tiver frio) Espere dobrar de volume, por cerca de 1 hora. Unte as assadeiras. Retire o ar da massa, apertando ou dando um soco com a mão. Coloque-a sobre uma superfície enfarinhada, faça uma bola com a massa ou divida-a e modele os pães em bolinhas ou bisnaguinhas. Coloque-os nas formas. Cubra com um pano umedecido e deixe dobrar de volume novamente, cerca de 40 min. Asse em forno preaquecido (190ºC) por cerca de 30 minutos ou até que a superfície esteja dourada. Deixe esfriar sobre grelha. Congele ou guarde dentro de sacos plásticos depois de frios.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nhoque imperdível de ricota com espinafre


Um gnomo me devolveu um pen drive perdido na semana passada. Tá, não foi gnomo, sou uma bagunceira e o pobre tinha ficado no fundo de uma bolsa que não usava há tempos. Com meu gadget querido, foram resgatadas várias receitas super promissoras que ainda não tinha testado. Foi só olhar pra foto desse nhoque repousando sobre uma cama vermelha de tomates pra ela passar na frente de todas as outras.
Dito isso, chega de papo e vou logo pra receita porque vocês PRE-CI-SAM correr pra fazer. Gente, sério, quem deixar pra depois vai se odiar quando entender o que estou falando. O troço é simplesmente delicioso, com ênfase no simplesmente (fácil, rápido e mega prático) e no delicioso (é levíssimo e empolgantemente saboroso). Suja pouquíssima louça e fica pronto em meia hora... Quem avisa amiga é!
Receita
300 g de ricota
100g de queijo ralado
½ xícara de mussarela ralada (ou canastra ou gruyére ou outro queijo que derreta bem)
2 ovos grandes
1 maço de espinafre cozido, picado e espremido pra drenar o líquido
1 colher de chá de sal
1 xícara de farinha de trigo
Preparo: Amasse a ricota com um garfo e acrescente os demais ingredientes. Amasse com a mão até ficar bem misturado e ter consistência para enrolar. Molde cordões compridos, com um dedo de espessura e corte nhoques do tamanho que preferir. (Ou enrole bolinhas à mão – não precisa untar). Coloque os nhoques para cozinhar em uma panela com bastante água fervente. Eles vão ficar no fundo e, quando boiarem, estão cozidos. Escorra a água e sirva sobre molho de tomate com alho e manjericão. Se quiser, polvilhe queijo ralado.
Rendimento: De 70 a 80 bolinhas – 4 pessoas.